Cosméticos para gestantes: como cuidar da pele e o que evitar

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Atualizado em 15.04.2024 | Postado em 16.06.2023
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Você está grávida ou está pensando em engravidar e tem dúvidas sobre o uso de cosméticos para gestantes? Este artigo pode te ajudar. Tudo sobre os ativos mais recomendados, o que evitar e os cuidados que contribuem para uma pele mais saudável durante essa fase extraordinária.

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A gestação é um momento mágico para a mulher. Porém, assim como em outras importantes fases da vida, o corpo passa por grandes mudanças, necessárias para dar suporte ao milagre que está acontecendo dentro dele. E a pele sente cada uma delas.

Com tantas alterações, é natural que as gestantes queiram se manter lindas durante esse momento tão importante. Logo, os cuidados com a aparência continuam a fazer parte da sua rotina, porém, agora, com mais cautela em relação aos ingredientes que compõem cada produto.

Confira neste texto, o que pode mudar na sua pele com a gestação, quais ativos cosméticos devem ser evitados, quais são mais indicados e como saber se os produtos que você usa são seguros.

O que muda na pele durante a gestação?

A descoberta da gravidez vem acompanhada de mudanças fisiológicas no corpo da mulher, marcadas principalmente pelas alterações hormonais e dos sistemas vascular e imunológico. Por isso, essa nova condição pode trazer uma ou mais mudanças visíveis na pele das gestantes. Entre elas estão:

Acne

Citado em alguns estudos que falam sobre as mudanças na pele durante a gravidez, o surgimento da acne não se deve a um único fator. Ele pode estar relacionado a um aumento da atividade das glândulas sebáceas, especialmente no último trimestre, período em que o hormônio estrogênio também está em alta. 

No entanto, nem todas as gestantes observam essa condição, pois ao mesmo tempo em que algumas relatam a piora da acne, outras relatam a melhora da pele nesse período.

Melasma

Certamente você já ouviu falar sobre o surgimento de manchas no rosto das mulheres durante a gravidez, correto? Trata-se do melasma, uma mancha acastanhada que aparece no rosto de cerca de 70% das gestantes.

A intensidade da pigmentação e o tamanho da mancha variam de uma pessoa para a outra e costumam desaparecer no prazo de até um ano após o parto, algumas com tratamento, outras sem. 

O melasma também costuma ser mais comum em mulheres que fizeram o uso de anticoncepcionais orais, devido a influência dos hormônios progesterona e estrogênio, que estão mais expostas à radiação solar ou que possuem predisposição genética para essa condição.  

Hiperpigmentação

Muito comum na gravidez, a hiperpigmentação atinge cerca de 90% das mulheres. Entre as regiões que se tornam mais pigmentadas nessa fase estão as aréolas das mamas, a virilha, o períneo e as axilas. Sardas e pintas também podem se tornar mais escuras ao longo da gestação.

Ainda, pode surgir uma linha de cor mais escura no meio da barriga, na vertical, conhecida como linha nigra. Ela também pode aparecer somente na parte inferior do umbigo. A intensidade da pigmentação varia de pessoa para pessoa, mas costuma ser mais intensa em mulheres com a pele escura, e tende a regredir após o parto. 

Outras mudanças

Também fazem parte das mudanças na pele durante a gestação:

  • Estrias: aproximadamente 90% das grávidas relatam o seu surgimento, que pode ocorrer a partir do sexto mês de gravidez, quando a pele começa a esticar de forma mais rápida em função do crescimento da barriga. Entre as causas do aparecimento de estrias estão: tipo de pele mais seca, uma alimentação pobre em proteínas e vitaminas, ganho de peso excessivo, predisposição genética, alterações hormonais e gravidez gemelar.
  • Varizes e microvasos: cerca de 40% das mulheres relatam o aparecimento de varizes e microvasos durante a gestação. Isso acontece principalmente devido ao aumento da produção hormonal, maior volume de líquidos circulando no corpo e compressão dos vasos venosos pélvicos e abdominais.
  • Cabelo, pelos e unhas: algumas gestantes também citam o aumento de pelos pelo corpo, principalmente na face e nos braços.O cabelo costuma ficar mais volumoso, pois os fios caem em menor quantidade e crescem mais rápido. Já as unhas, podem ficar mais fracas e quebradiças. 

Ainda, algumas condições que antecedem a gestação podem piorar nesse período, como é o caso da psoríase, dermatite atópica e rosácea. No entanto, vale ressaltar, que cada mulher é única e pode ou não apresentar alterações na pele no decorrer dessa fase. Ao perceber algo diferente, converse sempre com o profissional que está acompanhando a sua gravidez para avaliar as melhores formas de tratamento de cada caso.

Por que é importante usar cosméticos limpos durante a gravidez?

Quando se descobre uma gravidez, a maioria das mulheres passa a dar mais atenção aos ingredientes de tudo o que consome, incluindo os cosméticos. Isso, porque tudo o que a mãe ingere ou utiliza no seu dia a dia pode ser passado para o bebê e, como vimos, muitas opções disponíveis no mercado podem trazer substâncias possivelmente nocivas em suas formulações.

Esses ingredientes, quando usados por longos períodos e combinados a substâncias nocivas disponíveis em outras fontes (produtos de higiene e limpeza, água, alimentos, poluição do ar, entre outros), podem se acumular no organismo e causar danos à saúde, incluindo a do bebê.  

Por isso a importância de usar cosméticos limpos em todas as fases da vida, especialmente na gestação. Substituir esse tipo de produto é um ato de cuidado, amor e carinho tanto para a mãe quanto para o bebê.

Quais ingredientes podem ser nocivos na gestação?

Algumas substâncias, comumente encontradas em cosméticos e produtos de higiene pessoal, podem se acumular no organismo devido ao uso contínuo. Esse acúmulo gera uma carga tóxica que pode desencadear diversos problemas de saúde, como desregulação hormonal, câncer, reações na pele, entre outros. Por isso, é importante evitá-los, não somente durante a gravidez, mas em todas as fases da vida.

O corpo humano tem uma capacidade incrível de lidar com as substâncias nocivas, às quais estamos expostos todos os dias. No entanto, quando essa exposição é muito intensa, devido ao meio em que vivemos, aos alimentos e à água que ingerimos e aos produtos que usamos, torna-se mais difícil para ele usar seus mecanismos próprios de defesa e desintoxicação natural. Tudo isso, pode gerar um acúmulo de toxinas, que chamamos carga tóxica.

Os ingredientes mais comuns encontrados em cremes, desodorantes, sabonetes, séruns e maquiagens são: parabenos, ftalatos, metais pesados, PEG’s (polietilenoglicóis), sais de alumínio, cloreto de benzalcônio, microplásticos e liberadores de formaldeídos.

Parabenos

Utilizados como conservantes, é muito comum encontrar parabenos em cremes, hidratantes, séruns, protetores solares, entre outros produtos cosméticos e de higiene pessoal.

Embora exista uma resolução para estabelecer as concentrações máximas da substância em produtos cosméticos, o uso diário de vários produtos contendo parabenos pode causar danos à saúde, como alergias e dermatites, além de contribuir para a desregulação hormonal e o desenvolvimento de câncer.

Ftalatos

Dificilmente você vai encontrar o nome “ftalato” no rótulo de um produto. Isso, porque ele costuma aparecer como dibutilftalato (DBP), dimetilftalato (DMP) ou Dietilftalato (DEP). Difícil, né?

Totalmente proibidos na Europa e parcialmente no Brasil, essas substâncias pode interferir no sistema hormonal, afetar a fertilidade masculina e levar à puberdade precoce em meninas, além de apresentar potencial carcinogênico.

Metais pesados

Mesmo em baixas concentrações, os metais pesados são considerados tóxicos. Os elementos mais comuns, encontrados em maquiagens e xampus, são: chumbo, níquel, cádmio e mercúrio. Além de se acumularem no organismo e contribuírem para o aumento da carga tóxica, podem causar danos diretos à pele e aos folículos capilares.

Cloreto de benzalcônio (BAC)

O BAC é utilizado em muitos produtos, incluindo os cosméticos. Nesses, especificamente, um estudo mostrou que a alta concentração de BAC pode induzir a neurotoxicidade severa em animais, o que foi relatado inclusive em organismos marinhos, amplamente usados para estudar a genotoxicidade. O BAC também é conhecido como amônio quaternário.

Quais outros ativos a gestante deve evitar?

Além dos já citados, existem outros ativos que devem ser evitados durante a gestação. Entre os motivos estão a alta absorção de algumas substâncias pela pele e os riscos adversos ao desenvolvimento do bebê. Entre eles estão:

Ácido salicílico em alta dose

Utilizado principalmente para o tratamento de acne, o uso do ácido salicílico não é totalmente proibido durante a gravidez. No entanto, por ser absorvido em grande quantidade pela pele, o seu uso deve ser limitado a pequenas áreas e sempre em baixa concentração.

Retinoides tópicos

Os retinoides também são muito utilizados para tratar a acne e em produtos antienvelhecimento. No entanto, cosméticos ou medicamentos como a tretinoína e a isotretinoína contêm doses muito altas desses ativos e devem ser evitados durante a gestação.

Estudos relatam que a exposição à tretinoína durante a gravidez pode representar um risco de 20% a 35% de defeitos congênitos. Ainda, cerca de 30% a 60% das crianças expostas à substância podem apresentar algum comprometimento cognitivo.

Hidroquinona

Muito utilizado no tratamento de melasma, esse ativo ajuda a clarear ou reduzir a pigmentação da pele causada pela gravidez. Embora ainda faltem evidências que associem a hidroquinona a defeitos congênitos ou graves em bebês, seu uso deve ser interrompido ou limitado durante a gestação, pois é uma substância absorvida em grandes quantidades pelo organismo quando utilizada de maneira tópica (entre 35% e 45%). 

Quais ativos cosméticos são mais indicados para gestantes?

Ainda, além do uso diário de cosméticos para gestantes, pode haver a necessidade da utilização de outros ativos tópicos para tratar as mudanças na pele específicas da gestação, como a acne, o melasma e mesmo a sensação de pele ressecada. 

Com tantas escolhas a se fazer, começam a surgir dúvidas. O que realmente é seguro para a mãe e para o bebê? Entre os ativos mais indicados nessa fase estão:

Ácidos glicólico, azelaico e lático

Utilizados para o tratamento de acne e melasma ou na prevenção de estrias, os ácidos glicólico, azelaico e lático de uso tópico e em baixa concentração podem ser utilizados, pois a quantidade absorvida pela pele é pequena. Isso os torna seguros para uso durante a gravidez.

Vitamina C

O uso tópico da vitamina C é uma ótima alternativa para auxiliar no clareamento de manchas e manter a pele mais uniforme. Ainda, devido aos seus efeitos antioxidantes, a vitamina C ajuda a nutrir as células e inibir os danos causados pelos raios solares, principalmente quando combinada com o uso do protetor solar, o que faz dela um ativo interessante para o tratamento e a prevenção do melasma.

Niacinamida

A niacinamida, nicotinamida ou vitamina B3 é um ativo que pode trazer múltiplos benefícios, como deixar a pele com uma textura mais firme e um tom uniforme, aliviar a acne, a vermelhidão e a hiperpigmentação, restabelecer a barreira cutânea e melhorar a elasticidade. Ainda, a niacinamida pode ser uma boa aliada contra a poluição ambiental e a luz azul.

Ácido hialurônico

O ácido hialurônico de uso tópico pode ser uma boa opção para o manter a pele mais hidratada e firme durante a gestação. Presente em alguns hidratantes faciais, esse ingrediente possui uma grande capacidade de atrair e reter água, compensando a perda de alguns componentes naturais das células e contribuindo para a restauração da barreira cutânea.

Protetores solares

O uso de protetores solares é recomendado durante a gestação, principalmente para tratar ou prevenir o aparecimento de melasma. No entanto, alguns estudos feitos em animais alertam para a exposição à oxibenzona, ingrediente muito comum nesse tipo de produto, e que pode causar alterações nas glândulas mamárias e na lactação. 

Logo, uma opção mais segura seria o uso de protetores solares à base de minerais, que protegem a pele, sem causar efeitos adversos na mãe ou no bebê.

Como saber se os cosméticos que você usa são seguros?

O primeiro passo é conversar com o profissional que acompanha a sua gestação. É importante que ele saiba os produtos que você usa ou pretende usar para cuidar da pele durante a gravidez, assim como se faz uso de alguma medicação que pode interferir na saúde cutânea.

Além disso, sempre que estiver com dúvidas sobre o uso de determinado cosmético ou substância, é possível consultar bancos de dados como o Skin Deep®, disponibilizado pelo EWG (Environmental Working Group), um grupo que possui diversas iniciativas para levar mais conhecimento até os consumidores e incentivar o uso de produtos seguros.

Também existem produtos certificados com o selo EWG Verified™, o que facilita ainda mais a escolha de cosméticos livres de substâncias nocivas para o corpo e para o meio ambiente. Ficou interessado e quer saber mais sobre o trabalho desenvolvido pelo EWG? Continue a leitura neste artigo.

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