Barreira cutânea: o que é e como protegê-la?

O que é a barreira cutânea?

A barreira cutânea é formada por células do estrato córneo (camada visível da pele) e pelas substâncias que as unem, como ceramidas, colesterol e ácidos graxos. É como se fosse um muro, em que as células são os tijolos e as gorduras o cimento, constituindo uma barreira perfeita para proteger a pele.

Essa camada, também conhecida como filme ou manto hidrolipídico, desempenha a função de barreira, ajudando a manter a pele flexível, protegendo da perda de líquidos e agindo como um escudo protetor contra a entrada de bactérias e fungos “do mal”.

Em condições saudáveis, esse manto é responsável por manter a pele com pH ligeiramente ácido, criando o ambiente ideal para a presença dos microrganismos “do bem” que vivem nela e que constituem a flora cutânea ou o microbioma da pele.

Entenda as camadas da pele

Para entender melhor onde está localizada a barreira cutânea, é importante saber quais são e como funcionam as camadas da pele.

Hipoderme

É a camada mais interna da pele, responsável pela sustentação e suporte da derme e epiderme. É composta por gordura e suas principais funções são: armazenar energia, regular a temperatura corporal e proteger os órgãos internos de impactos. Produtos tópicos não costumam atingir essa camada da pele, mas os nutricosméticos sim.

Derme

É a camada do meio, entre a hipoderme e a epiderme. É composta por colágeno e elastina, vitais para a saúde e a juventude da pele, responsáveis pela sua força e flexibilidade. Essas fibras estão impregnadas de uma substância tipo gel, rica em ácido hialurônico e com alta capacidade para fixar a água, contribuindo para manter o volume da pele.

Epiderme

É a camada mais externa da pele, onde atuam a maioria dos ativos dos cosméticos. Está dividida em cinco camadas (basal, espinhosa, granular, lúcida e córnea), sendo o estágio de vida das células o que as diferencia. Na primeira camada estão os queratinócitos, células recém-formadas que à medida que envelhecem sobem para a superfície.

Quando atingem o topo já estão em estado de senescência e, junto com as ceramidas, formam o estrato córneo, que é coberto pelo manto hidrolipídico, formando a barreira cutânea ou de proteção da pele.

Qual a função da barreira cutânea?

A principal função da barreira cutânea é impedir a perda de água transepidérmica, mantendo a hidratação e protegendo o corpo contra agentes infecciosos e irritantes que podem penetrar através da pele.

Ela funciona como se fosse uma barreira física, auxiliando a pele a vencer agentes externos, como toxinas, poluição, radiação solar, mudanças de temperatura, vento, entre outros.

A barreira cutânea também é responsável por determinar o pH da pele, fator importante para criar um ambiente favorável aos microrganismos que compõem o microbioma da pele e atuam na proteção contra fungos e bactérias patogênicas. 

É possível danificar essa barreira?

Sim, é possível. Alguns hábitos, como, por exemplo, tomar banhos quentes e demorados, usar esponjas de banho e lavar o rosto com produtos inadequados, podem danificar o manto hidrolipídico (ao remover os lipídios que compõem a barreira cutânea) e causar a desidratação da pele.

Outros fatores como doenças dermatológicas, alterações genéticas e o próprio envelhecimento também contribuem para alterar a barreira cutânea. Nesse sentido, é importante buscar orientação médica e entender melhor o que está acontecendo com a sua pele.

O que acontece quando há ruptura da barreira cutânea?

O equilíbrio da barreira cutânea se reflete na sua capacidade de resposta a processos inflamatórios, imunológicos e metabólicos. Logo, quando há uma ruptura, alguns sinais indicam que essa barreira não está funcionando adequadamente. Entre os sinais visíveis estão:

• pele mais sensível;
• reações inflamatórias, como vermelhidão, coceira e ardência;
• sensação de que a pele está repuxando, sinal de desidratação ou hipersensibilidade causada pelo uso de produtos inadequados que removem toda a oleosidade da pele.

Além disso, há outras consequências dessa ruptura que não podem ser observadas, como:

• maior perda de água transepidérmica (TEWL);
• elevação do pH da pele;
• exposição à invasão de toxinas e agentes patógenos.

Como recuperar e proteger a barreira cutânea?

O primeiro passo é observar o momento da sua pele, como ela está e o que precisa. Com base nisso, escolha produtos que respeitem e reforcem suas características naturais e mantenham o equilíbrio do manto hidrolipídico, como:

• agentes de limpeza que removem as impurezas de forma delicada e sem agredir a pele, respeitando o seu pH;
• hidratantes que repõem lipídios e aumentam a umidade da pele;
• ativos que ajudam na defesa antioxidante e microbiótica.

Outros cuidados importantes com a pele são:

• evitar banhos quentes;
• usar protetor solar todos os dias, mesmo em ambientes fechados;
• optar por produtos de limpeza sem álcool em sua composição;
• evitar o uso de esponjas de banho e esfoliantes que podem agredir a pele;
• hidratar a pele todos os dias.

A importância dos cuidados com a pele

Quando você percebe como está sua pele, é mais fácil identificar o que ela precisa para estar em equilíbrio, permanecer saudável e apresentar um vigor natural, além de desempenhar sua função de barreira de forma mais efetiva.

Um modo de tornar esse processo mais intuitivo é adotar uma rotina de autocuidado, que permita a você observar, sentir e escolher os produtos mais adequados em cada momento da sua pele. Quer saber como fazer isso? Continue a leitura em nosso artigo sobre skincare.